quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Entre 2016 e Agora

Estamos em constante mudança e ainda que olhando para os últimos três anos da minha vida pouca coisa pareça ter mudado, eu estou diferente. Em 2016 quando deixei o blogue parado, pensei eu que para sempre, estava a dar os primeiros passos nesta coisa que é "a vida de gente crescida". Se já me acompanhavam antes e me conhecem sabem que nunca fui muito adepta das coisas chatas da vida, e esta entrada no mundo dos crescidos fez-me perceber que uma das coisas que mais me custa é procurar emprego (ainda vos hei-de escrever um post só disto). Não comecei logo a trabalhar, em parte porque nada do meu interesse aparecia ou não me respondiam, mas essencialmente porque achei que precisava de um tempo em off para recuperar dos três anos de curso. Fui-me ocupando aqui e ali com uns mini cursos de fim de semana para não deixar o meu currículo completamente parado. Já só em abril de 2017, muito graças a uma grande amiga que a faculdade me deu, comecei a trabalhar numa empresa de estudos de mercado. Ainda lá estou, na maior parte dos dias, muito contra a minha vontade. Não amo de paixão aquilo que estou a fazer, mas não odeio de morte. Os dias passam, a maioria das pessoas é fixe e o dinheiro entra ao fim do mês, por enquanto é suficiente. Sinto que preciso de mudar de ar só que ainda não é tempo para o fazer. Sempre fui de levar as coisas muito ao meu ritmo, e apesar de saber que é quando nos parece assustador avançar que o devemos fazer, não me sinto pronta para tudo o que envolve mudar de emprego. A procura, os nãos, os emails sem resposta e os «depois ligamos» das entrevistas. Tentei durante algum tempo e sei que é algo que eventualmente vai acontecer, mas agora não consigo. É muito neste "não conseguir" que se prende o que foram estes últimos tempos para mim. Todos nós passamos por uma fase de auto conhecimento em que exploramos quem somos a nível psicológico. Pois bem, é onde estou. Talvez só com esta nova fase e com o aparecimento de novas pessoas na minha vida eu me tenha apercebido que não sou tão emocionalmente estável como pensava. Descobri que, como muita gente, também eu sofro de ansiedade. Ainda não vou entrar muito por este tema, mas posso adiantar que me fui a baixo algumas vezes no último ano e ainda não estou totalmente de pé. Custou-me não ter o controlo da situação e tive de aprender que é mesmo assim e que quase nunca temos as coisas sob a nossa alçada. É provável que agora estejam a pensar que eu já devia ter aprendido isto quando era mais miúda, e talvez tenham razão, mas estou a aprender agora e mais vale tarde que nunca. Sempre achei que tinha as minhas emoções no lugar e agora dou por mim a sofrer uma reeducação emocional. Mesmo com tudo isto, muita coisa boa aconteceu e em 2018 vivi alguns dos meses mais intensos da minha vida. Não vos vou contar, desculpem, mas estes meses não me pertencem só a mim. Só vos vou dizer que soube o que é ser mesmo feliz. Depois disto 2019 instalou na minha vida uma série de acontecimentos menos bons e acho que foi aí que comecei verdadeiramente a perceber que eu não estava bem. A 3 meses do fim do ano, ainda cá estou. Uns dias bem e outros em que não sei como tenho coragem para sair da cama. Estou em processo de aceitação de que todos temos as nossas batalhas, maiores ou menores, e que todos temos o nosso tempo para as travar e vencer. Estamos sempre em luta com nós próprios, eu sei que estou. Confiem que a vida sabe o que faz e não desistam nunca! No fim vai acabar tudo em bem, é tudo um exercício de paciência. Beijinhos e até já ❤

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