domingo, 2 de maio de 2021

Sobre as imposições da sociedade

Gostamos todos muito de dizer que as coisas estão melhores e que já não temos tantas imposições ou não nos sentimos tão pressionados. Pode ser que seja verdade, mas também é verdade que ainda há muita gente com o pensamento "antigo" e com muita vontade de mandar uma ou duas postas de pescada sobre a vida dos outros. A nossa vida é nossa e a nós pertence, que isto seja uma coisa que fique bem claro na cabeça de todos nós. Crescemos rodeados de pessoas que nos dizem quando é a idade certa para ter o primeiro namorado, para dar o primeiro beijo, para fazer sexo pela primeira vez... Se não fazemos estas coisas nos prazos ditos "normais" é sinal de que está algo de errado connosco. Durante muitos anos eu própria achei que estava algo de errado comigo porque não estava a viver as mesmas experiências ao mesmo tempo que as miúdas da minha idade. Lógico que nada de mal se passava (ou passa) comigo e mais tarde percebi que não existe um tempo certo para viver seja o que for. Ou melhor, o tempo certo existe, mas é algo diferente para cada pessoa, e está tudo bem e normal em ser assim. Somos todos pessoas diferentes, com vontades diferentes e tempos diferentes, ainda assim insistem durante toda a nossa vida em limitar as nossas vivências no tempo. Desde um bebé que não começou a falar quando era esperado a uma mulher que deu o primeiro beijo depois dos 20. Dizem-nos para aceitarmos as nossas diferenças, mas ninguém nos educa para aceitarmos o nosso tempo interno. O próximo passo esperado de uma relação amorosa com muitos anos é o casamento, e consequentemente, ter um filho, e depois do primeiro filho, ter o segundo. Nunca me vi numa situação destas, mas reconheço que deve ser difícil não ceder, não fazer o que esperam de nós. Se estivermos rodeados de gente que nos empurra para casar, é natural que o façamos, nem que seja porque nos é indiferente e assim fazemos a nossa mãe/tia/prima/vizinha feliz. Lamento dizer-vos, mas então isto não está a ser a concretização de uma vontade vossa. Deixaram-se empurrar para um desfecho que não estava nos vossos planos. Talvez até fosse uma vontade vossa casar/namorar/ter filhos, o que seja, algures no tempo, mas ao fazerem a vontade aos outros, não respeitaram o vosso timing. Já pararam para pensar nas consequências de decisões tomadas por um empurrão? Podem estar a dar um passo maior do que a perna, algo para o qual ainda não estavam preparados ou nem queriam! Não tem mal fazer as coisas "mais tarde" ou fora do tempo considerado "normal". Volto a dizer que o "normal" não existe. O que devia ser normal era sermos capazes de respeitar a nossa vontade no nosso próprio tempo, e não nos deixarmos pressionar, nem fazer pressão sobre os outros. Talvez se nos soubéssemos ouvir melhor, houvessem menos casamentos falhados e menos filhos com carência de amor dos pais. Tenho quase a certeza que em algum momento da vossa vida já sentiram que estão a ficar para trás, que já deviam ter atingido certo patamar na vida, eu sei que já senti. Peço-vos que olhem para vocês mesmos e façam um exercício que eu faço tantas vezes: o que é que EU quero? Respondam a esta pergunta com franqueza e não tenham medo de dizer às pessoas que vos rodeiam quais são as vossas vontades e objetivos. Não se deixem levar por arrasto em decisões tomadas por outras pessoas. Às vezes é uma mãe que quer muito que vocês se casem ou um marido que quer muito ser pai, e aceitamos, e seguimos por um caminho que não era o nosso só porque "não me faz assim tanta diferença" ou "era algo que ia querer eventualmente, porque não já?". Termos respeito e amor próprio passa por aceitar e compreender o que queremos e quando o queremos, nunca se esqueçam disso. Está certo que não é a postura mais confortável a tomar perante as pessoas que nos estão a tentar pressionar, mas é algo que nos vai poupar muita chatice e desgosto mais tarde na vida, tanto a nós como aos nossos parceiros ou a futuros filhos que possam surgir, que às tantas nem eram assim tão desejados, mas a mãe queria muito ser avó. Tenho a sorte de saber o que quero e de não ter gente à minha volta a pressionar-me para que faça o contrário. No entanto, também vos digo que há muita coisa que se afasta de nós por termos esta atitude (por alguns vista como radical) perante a vida. Mas bolas, é a nossa vida! E como digo tanta vez: o que é para nós, a nós vai chegar. Por isso não faz mal se o suposto amor da vossa vida vos deixou porque não queriam ser mães. Melhor terminar já do que haver um compromisso infeliz para alguma das partes mais tarde. Cuidem de vocês e mantenham bem firmes as vossas vontades. Tudo o resto logo há-de encaixar. Beijinhos e até já ❤️

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Mais perto que ontem

Deixo-vos com um texto curtinho para vos contar que há 7 meses tinha mais 8kg do que tenho hoje! Não tinha uma rotina de treino estabelecida. Tinha menos força e menos resistência. Estava mais predisposta a ataques de ansiedade. Hoje estou melhor. Ainda estou longe, muito longe, do lugar onde quero estar, mas estou mais perto que ontem. Tenho agora mais consciência de mim mesma e dos meus hábitos. Recuperei confiança na minha pessoa. Continuo a ter preguiça para treinar e a cometer erros com a alimentação, verdade. Ninguém consegue resolver problemas de anos num espaço de meses. Mas está tudo bem em não estar tudo bem. A mim dá-me segurança saber que, mesmo com falhas, faço todos os dias um pouco mais para chegar à melhor versão de mim! Façam o mesmo e vão ver que a vida assim custa menos. Até já ❤️

segunda-feira, 22 de março de 2021

Recomeçar

A Primavera é sinónimo de recomeço ou não? A chegada dos dias com mais horas de luz solar deixam toda gente mais bem disposta e com vontade de fazer coisas! A inércia de estar em confinamento (e desempregada) deixa-me deprimida e confesso que ter o sol mais presente nos meus dias é sem dúvida uma mais valia. Uma das coisas que percebi sobre mim ultimamente é que só me sinto feliz e realizada se estiver a fazer coisas. Tenho dividido os dias entre arrumações em casa, as minhas auto aulas de piano e as pinturas/trabalhos manuais que vou fazendo para me entreter. Às vezes sinto que exijo demasiado de mim, aliás, tenho a certeza disto! Quero fazer tudo e conseguir chegar ao fim do dia com a to do list toda riscada, mesmo que tenha escrito nela pontos para uma semana inteira. Quero os planos todos executados para ontem porque não tenho paciência para esperar pelo resultado que quero. Fico desmotivada por não conseguir resultados imediatos e desisto. "Desisto" talvez seja uma palavra demasiado forte. O que acontece é que meto o projeto em pausa. E foi isto que aconteceu com o meu negócio que vos falei aqui. Deixei as coisas em pausa, meio por preguiça, meio por falta de resultados. O que é obviamente uma estupidez, porque parada é que não vou mesmo ter resultados. Agora, com o entusiamo do sol e dos dias mais compridos e com a esperança que a Primavera deixe as pessoas com mais vontade de comprar/usar peças giras decidi recomeçar e fazer melhor. Dar um up na página e nos designs. Quero ser ainda mais cuidadosa com o todo o processo, desde a produção dos brincos à publicação dos conteúdos na página. E malta, estas coisas por mais fáceis que pareçam ser quando estamos apenas a ver, conseguem ser bastante trabalhosas e consumir bastante tempo também. Mas tempo é o que não me falta não é verdade? E toda a minha formação académica do último ano foi muito à volta disto de criar conteúdos. Por isso bora lá! Qual foi o primeiro passo perguntam vocês: renovar completamente o meu home office. Claro malta, vocês já sabem, eu não faço nada da maneira mais simples. Acabo sempre por ir dar uma volta gigante sem necessidade, mas na minha cabeça só assim faz sentido. Só estou bem a criar as minhas artes se estiver num espaço que seja funcional e esteja visualmente agradável e organizado. Organizado o meu escritório já estava. Faltava-me apenas um pouco mais de espaço de arrumação, e principalmente arrumação a que eu conseguisse aceder sem esforço. O espaço é muito pequeno e o único módulo de gavetas que eu tinha era quase impossível de aceder porque estava preso num canto. Solucionei o meu problema com uma bela (e barata) secretária do IKEA, daquelas mesmo básicas, gavetas num lado, pernas no outro. Ganhei uma gaveta, e mais importante de tudo, consigo aceder a tudo mega facilmente! Alto entusiasmo com uma coisa tão básica já viram? Mas é mesmo assim, eu sou feliz com pouco. E claro, como trocar de mobília era demasiado simples, achei que era boa ideia aproveitar para pintar as paredes. Já não podia ver aquele verde à frente, e a cor já estava com um aspeto gasto e sujo. Optei por uma cor mais clara, num tom completamente diferente e que eu acho ser mais de "gente crescida" (esperem só pela Madalena do futuro a odiar tudo isto). Foi um fim de semana de trabalho árduo nas pinturas (agradeço às horas de ginásio que me fazem mais forte e me protegem das dores musculares no dia seguinte a estas andanças).  Terminei este projeto há poucas horas e agora, com tudo no lugar e pintado de fresco, posso dizer que me sinto em condições de pegar nos projetos que andava a adiar por preguiça e por medo de falhar. Esta volta toda para vos dizer que não tenham medo de ir pelo caminho mais longo e trabalhoso se souberem que é esse caminho que têm de percorrer para chegar onde querem. Eu sei que precisava disto. E mesmo que as outras pessoas não compreendam as nossas decisões, não tenham medo de fazer o que vos faz bem. Seja trocar a mobília, deixar o emprego tóxico, mudar o vosso estilo de vida, façam o que tiverem de fazer para se sentirem mais vocês próprios. E que tenhamos sempre presente que por vezes para podermos recomeçar, temos de dar uns quantos passos atrás. Beijinhos, boa semana e até já ❤

domingo, 14 de março de 2021

Filmes que vi esta semana #1

Como sabem estou cheia de tempo livre e algum desse tempo tem sido para ver filmes. Tenho toda uma lista, mas ainda não peguei nos clássicos (shame on me) nem na mega maratona que tenho planeado para fazer em breve dos filmes da Marvel. Esta semana vi três filmes que gostei bastante e quero partilhar com vocês. Provavelmente vou trazer este tipo de partilha mais vezes e aproveito também para vos deixar à vontade para me sugerir filmes nos comentários. 


        


Extracurricular Activities (2019) 

The Hitman's Bodyguard (2017)       

Yesterday (2019)

Adorei os três e diverti-me a ver todos. Não vos vou estar a massacrar com sinopses, por isso deixei-vos os links para as respetivas páginas de Imdb se quiserem saber mais. Acho que o enredo que mais gostei foi o do Extracurricular Activities. Ainda que tenha achado o final um pouco previsível, gostei de ver e acho que está uma narrativa inteligente. O Yesterday achei brilhante para quem adora música. Juro que a certo ponto do filme vão dar por vocês a cantar com as personagens! E o The Hitman's Bodyguard é um filme de ação cheio de piada mesmo ao estilo do Ryan Reynolds. São os três ótimos filmes para passar um bom bocado. 

Digam-me nos comentários se já viram algum destes filmes ou se ficaram curiosos para ver. Não se esqueçam de deixar as vossas sugestões. Beijinhos e até já ❤

Dia 365 de Março

Um ano a viver neste infindável mês de março.
Foi no dia 13 de março de 2020 que estive pela última vez a trabalhar no escritório. Nessa tarde de sexta-feira vim para casa de computador debaixo do braço, pronta para começar a trabalhar remotamente. Ainda ninguém sabia bem por quanto tempo. Para mim acabou por ser até ao final do meu contrato. Foram 10 meses de teletrabalho e outros quantos de aulas online da pós-graduação. Foi apenas há um ano mas parece que já é uma coisa tão distante. Nunca tinha tido a experiência de trabalhar a partir de casa. Admito que os primeiros meses foram estranhos. Passar do ambiente movimentado do escritório para conversas de WhatsApp, chamadas no Teams e troca de e-mails foi uma adaptação interessante. Ainda assim, gostei bastante. Rapidamente me habituei ao novo ritmo e pude confirmar que me organizo igualmente bem estando ou não no escritório. Depois pude retomar o ginásio e foi ótimo ter finalmente tempo para encaixar o exercício no meio do dia de trabalho. E agora, as últimas semanas também têm sido de adaptação. Divido os meus dias entre a procura de emprego, os momentos de treino no piano, exercício em casa, enfim, tudo o que seja possível fazer para os dias irem passando com leveza. Acho que o mais difícil deste ano (e acredito que muitos de vocês vão concordar comigo) foi lidar com a relação com os outros à distância. Tenho saudades de passar tempo com os meus amigos fora dos chats e chamadas de vídeo. Senti falta da família toda junta no Natal. Acho que é por isto que estamos todos ansiosos: o retomar das atividades com quem mais gostamos. Isto e os espetáculos (e o Carnaval malta!!!) Se são como eu e não dispensam um bom concerto, uma ida ao teatro ou um filme no cinema, já devem estar a ressacar completamente tudo isto. Ainda não consigo ver um futuro em que seja possível retomar concertos nos moldes pré-covid, mas espero que no próximo ano as coisas estejam controladas ao ponto de se começar a pensar nisso. Amanhã desconfinamos novamente. Não que eu vá modificar alguma coisa na minha rotina, mas é bom ver algum comércio a retomar, mesmo que com todas as restrições que ainda existem. Muitas são patetas, é verdade, mas também é verdade que não se pode agradar a todos os serviços e pessoas. É natural que com uma nova abertura de portas as coisas voltem a piorar um pouco. Ainda assim quero acreditar que as vacinas vão continuar a chegar e que cada dia que passar é um dia mais perto do normal pelo qual todos ansiamos. Mantenham-se o mais resguardados que puderem. Cuidem de vocês e dos vossos. E nunca deixem de procurar a luz ao fundo do túnel. Até já ❤

quinta-feira, 4 de março de 2021

O que a prática regular de exercício fez por mim

Em 2016 inscrevi-me num ginásio. Estava convencidíssima que ia mudar de vida. Não aconteceu. Não sei como é a vossa relação com o exercício físico, mas a minha é uma relação complicada, sempre foi. Desde que me lembro sempre tive peso a mais e sempre gostei demasiado de comer. Durante muitos anos estive realmente desconfortável com o meu aspeto, mas felizmente agora é algo que consigo aceitar e gostar e não deixo de viver a minha vida por a minha roupa ser toda XL. Foi preciso pôr na cabeça que importa mais como eu me sinto do que aquilo que os outros dizem e pensam de mim. Ainda que continue a existir imensa gordofobia por aí e que muitas vezes eu me deixe afetar por comentários desagradáveis. Nunca consegui ser muito regular nas idas ao ginásio. Honestamente é um ambiente que me incomoda, está toda gente demasiado feliz e todos insistem em meter conversa e ser mega entusiásticos. E se eu já não adoro a prática de exercício, gosto ainda menos que insistam em perturbar a minha paz quando tudo o que eu quero é despachar aqueles 30 minutos e ir dormir. Por isso, fui durante uns tempos nos dias em que tinha mais paciência para aturar aquilo tudo e até criei uma rotina gira com algumas aulas de grupo que gostava bastante. Acontece que depois de terem cancelado essas aulas que eu gostava, os dias em que tinha paciência para me deslocar até ao ginásio e treinar deixaram de existir. Saía demasiado cedo para Lisboa para ir trabalhar e voltava demasiado tarde para ainda me ir enfiar num ginásio. Estive mais ou menos um ano a pagar sem pôr lá os pés uma única vez (quem nunca?). E depois, covid aconteceu! E os ginásios fecharam. E fechou tudo. E quando voltaram a abrir, eu estava em teletrabalho, com horário reduzido, e encontrei no ginásio uma forma de sair da minha rotina caseira. E malta, o que eu adorei o ginásio em tempos de covid! Literalmente, cada um no seu quadrado! Todas as zonas marcadas no chão, distância entre máquinas, distância entre pessoas. Acabaram os hi-fives, acabaram as aulas com o estúdio a transbordar de gente. Amém 🙌 Acredito que para muita gente tenha sido triste ver as coisas assim, mas eu confesso que adorei o espaço a mais e o entusiasmo a menos. Tanto adorei que, ao fim de quatro anos, consegui finalmente criar uma rotina de treino! Comecei a ir nunca menos que três vezes por semana e ao fim de uns dois/três meses até comecei a ter treino acompanhado, na tentativa de explorar um pouco mais a sala de exercício e conseguir aproveitar melhor o tempo despendido no ginásio. E claro, como sabemos, o covid voltou a rebentar e os ginásios voltaram a fechar. Felizmente, tenho conseguido manter os meus treinos e continuo a ter treino personalizado uma vez por semana, tudo online. Não sei como funciona com os outros ginásios, mas o meu faz um esforço tremendo para continuar a dar todas as condições aos sócios para que continuemos a treinar. Suponho que fazem o que podem para se manter em funcionamento, mesmo com as portas fechadas. Temos aulas online o dia todo, algumas em direto e outras gravadas, continuamos a ter os treinos personalizados e até há a opção de alugar algum material do ginásio para que seja tudo o mais normal possível no conforto da nossa casa. Eu aluguei apenas um step, porque o resto das aulas que faço consigo desenrascar com alguns halteres e coisas do género que já tinha por casa. E a verdade é que para muitos exercícios basta apenas o peso do corpo e já são bem desafiantes.

Agora, não pensem que por causa desta rotina toda eu comecei a adorar fazer exercício. Não malta, a minha relação com o exercício físico continua complicada. Raras, muito raras, são as vezes em que me apetece treinar. Mas o pós treino e os resultados a longo prazo valem aquela 1h30 de sofrimento por semana. A verdade é que os 30 minutos de treino passam a voar e a parte mais difícil é mesmo começar (e no caso de quando o ginásio estava aberto, ir até lá). Ainda tenho muitos exercícios que odeio e me custam MUITO a fazer, mas também não preciso de fazer tudo e com o acompanhamento percebi que há sempre uma opção adequada a cada um. Emagreci sim, não o suficiente para deixar de ter peso a mais porque não sei fechar a boca e muitas vezes continuo a fazer más escolhas no campo da alimentação, mas honestamente para mim a perda de peso não é tudo. Claro que foi confortável conseguir voltar a vestir as calças que tinham deixado de servir durante o confinamento passado, mas foi ainda melhor sentir-me mais ativa e menos cansada no meu dia-a-dia. Sinto diferença no volume do meu corpo e tenho sem dúvida mais força, principalmente a nível de braços. Reconheço também que o exercício tem o poder de me limpar a cabeça de porcarias sem jeito nenhum e é ótimo para me deixar cansada e me fazer dormir a noite toda. O objetivo em 2016 era perder peso, e agora passa muito mais por me sentir bem. Claro que a perda de peso estará sempre diretamente ligada a isso porque para ser realmente saudável eu preciso de baixar os números da balança, mas vejo mais isto como uma consequência boa do que como o objetivo principal. O treino personalizado não é barato, mas teve um impacto muito positivo na maneira como eu encaro tudo isto. Tenho aprendido muito e sei que ao voltar à sala de exercício do ginásio já não vou parecer uma barata tonta perdida no meio das máquinas sem saber o que fazer. Não é uma coisa que eu acho que se deva manter para sempre porque ao fim de um tempo já se conseguem orientar bem sozinhos e estão só a gastar mais dinheiro atoa, mas é um bom começo se querem implementar uma rotina regular de exercício e não o conseguem fazer sozinhos. O ginásio continua a não ser o meu sítio favorito do mundo, mas confesso que é um bom escape ao corrupio que é a vida. Treinar em casa, mesmo que a assistir às aulas no zoom, é uma treta e sinto-me sempre ridícula. Ainda assim, o importante é fazer alguma coisa pela nossa saúde, mental e física. Idealmente gostava de incluir na minha rotina de treino umas caminhadas ou corridas quem sabe  mas continuo a ter muita preguiça para sair de casa e me pôr a mexer. Lá está o que custa é começar. Espero não ter sido demasiado maçadora com todo este assunto. Espero que tenham gostado e que encontrem a melhor forma de cuidar de vocês. Até já ❤

quarta-feira, 3 de março de 2021

5 coisas simples para enfrentar dias difíceis

Estamos todos um bocadinho a dar em doidos não é verdade? E por muito positiva que seja a nossa atitude perante as adversidades da vida, todos temos dias em que acabamos por nos sentir um pouco à deriva e sem vontade de existir. A primeira coisa a fazer nestes casos é aceitar e perceber que isto é normal e que amanhã o dia vai provavelmente ser melhor. Deixo-vos uma breve lista com cinco coisas simples em que se podem focar de maneira a enfrentar com sucesso os dias mais difíceis. (a ordem é irrelevante)

1. Não saltar refeições e beber líquidos. Se estiverem a ter um dia daqueles em que nem vos apetece sair da cama, por favor, façam um esforço para comer bem e beber líquidos. Não saltem o almoço, não se descuidem com o lanche e não se vão deitar sem jantar. Não precisam de comer um banquete se não tiverem vontade para tal, mas tentem manter-se alimentados e hidratados. Estão aborrecidos, façam uma pausa no aborrecimento e bebam um grande copo de água enquanto experimentam uma das mil receitas que têm nos posts guardados do Instagram.

2. Tenham um passatempo que vos dê prazer. Para mim isto são coisas como pintar, ler ou tocar piano (aprender a tocar aliás, ainda estou muito no início). Mas basicamente o importante é terem algo em que se possam focar durante umas horas e que independentemente do quão mau estiver a ser o dia, vocês tenham vontade de o fazer. Eu tenho sempre à mão o meu livro de colorir favorito e uma caixa de lápis de cor.

3. Fazer a cama. Aquele passo básico que é um bom ponto de partida para qualquer dia correr melhor. Isto vai deixar-vos o quarto mais arrumado e, muito importante, vai ser um obstáculo para tornar mais difícil a vontade de voltar para a cama. Para mim resulta muito bem nos dias em que só me apetece estar dentro dos lençóis. Com a cama toda bonitinha nem dá vontade de estragar. Experimentem. 

4. Tomar banho. Parece óbvio não é? Mas a verdade é que um bom banho faz milagres. Deixem no duche tudo aquilo que vos está a incomodar a mente (ou tentem pelo menos) e aproveitem esse tempo para relaxar. Se gostarem, também podem aproveitar para fazer uma máscara ou passar um exfoliante. Usem este tempo para se valorizarem e cuidarem um pouco mais de vocês do que o habitual do dia a dia. Isto também vale para quem gosta de experimentar novos looks de maquilhagem ou para quem (como eu) ainda não aperfeiçoou a arte de fazer um bom eyeliner e precisa de treinar.

5. Vejam o vosso filme/série favorito. Para mim qualquer um da saga do Harry Potter e uns dois ou três episódios seguidos de How I Met Your Mother são remédio santo! Vejam algo que vos inspire, vos relaxe e vos motive. A vossa cabeça vai estar ocupada durante aquelas horas e no final vão estar certamente mais bem dispostos.

Outra coisa que também me ajuda muito nestas alturas é tentar concluir tarefas pequenas que tenho vindo a adiar há algum tempo, como por exemplo organizar uma gaveta cheia de tralha ou escolher roupa que já não uso para doação. É uma forma de no fim do dia sentir que consegui ser produtiva e sinto-me sempre mais em paz sabendo que tenho as coisas organizadas. E outra também, é fazer exercício. Uns minutos de cardio ou musculação podem fazer milagres à vossa cabeça, acreditem! E no fim ou estão mais motivados para enfrentar as dificuldades ou cansados o suficiente para dormir uma boa noite de sono. E já agora, metam música a tocar e dancem sozinhos! Nada levanta mais o espírito do que cantar e dançar sem ninguém estar a ver. Parece pateta, mas é incrível, experimentem. 

E vocês, o que é que costumam fazer para enfrentar os dias mais complicados? 

Contem-me tudo nos comentários. Até já. ❤

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Sobre conhecer pessoas novas

Não sentem que quando estão naquela fase inicial do que é conhecer alguém também acabam por se conhecer um pouco melhor a vocês mesmos? Agora, com a pandemia e todo o tempo que passamos longe uns dos outros, conhecer pessoas novas tornou-se um desafio. Ok, para mim já era um pouco desafiante porque como muitos de vocês provavelmente sabem ou já deduziram: eu não adoro pessoas! Quer dizer, eu adoro as minhas pessoas, pessoas fora desse círculo é mais difícil. Já não temos a dinâmica de conhecer pessoas no escritório porque não estamos no escritório, estamos em casa, possivelmente na mesa da sala com o portátil ligado remotamente ao nosso lugar na empresa. Também ficou difícil meter conversa com as pessoas nos transportes, porque (se tivermos essa sorte) nunca mais lá entrámos. E a menos que vocês sejam adeptos de fazer novos amigos no supermercado, não nos restam muitas mais opções sem recorrer ao mundo digital. Às vezes pergunto-me quanto tempo irá passar até que eu pare de me lembrar dos Digimon sempre que digo "mundo digital". Olá redes sociais e olá tentar conhecer as pessoas apenas por conversas que se iniciam com um pedido para seguir e uma resposta a um story do insta. Olá a todas a tentativas, umas mais originais que outras, que existem para meter conversa, e pior, fazer uma conversa durar. Não sou nenhuma visionária, mas deixo-vos uma dica: façam perguntas e respondam a perguntas! Perguntas dão origem a respostas, que dão origem a mais conversa. Aproveito para vos dizer já que se esta tática não está a resultar para vocês, então é provável que a pessoa com quem estão a tentar alimentar uma conversa não quer realmente falar com vocês. E aqui acho que podemos introduzir uma questão que pensei no outro dia: será esta conversa apenas e só alimentada pelo facto dos contactos estarem reduzidos e dos introvertidos estarem todos lonely? É possível malta, é muito possível. Por isso o mesmo conselho de sempre volta a ser aplicável aqui: aproveitar, mas com juízo, cautela e noção de que isto pode ser apenas um passar de tempo (tanto na vossa cabeça, como na cabeça da outra pessoa) e muito provavelmente vai acabar quando existir uma nova distração. Acho que estamos todos demasiado carentes de afetos para poder dizer com certeza que estas aproximações não são apenas um ato de desespero e nós calhamos a ser quem estava mais perto. Mas não se foquem nisto, não vale a pena deprimir já, aproveitem a viagem. Onde eu queria chegar com esta longa dissertação é que neste processo de conhecer pessoas novas acho que acabo sempre por me conhecer um pouco melhor a mim também. É ao responder a perguntas de pessoas "de fora" que vou descobrindo aspetos sobre mim que se calhar nunca tinha pensado. Acabamos por explorar um pouco quem somos ao mesmo tempo que estamos a conhecer a outra pessoa. Por isso malta, vamos arriscar mais e não ter medo de falar com pessoas. Estou a escrever isto como um incentivo para mim própria que sempre que posso evito o contacto com novos humanos fora do meu círculo habitual. Mas, por muito que me custe, conhecer pessoas é uma coisa boa! Não estou aqui a dizer que têm de ficar amigos com todas as pessoas que conhecerem, provavelmente não vai acontecer e se calhar muitas vão acabar por vos desiludir, mas arrisquem! Falem com pessoas. Explorem círculos diferentes dos vossos. Só assim podemos crescer em comunidade e alargar os nossos horizontes e pontos de vista. É muito comum só nos darmos com pessoas que pensam igual a nós e é importante quebrar um pouco isto para que sejamos capazes de ver o mundo de uma maneira mais real. Obrigada por lerem. Beijinhos e até já. ❤

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Procurar emprego durante a pandemia

Estou desempregada. Depois de muitas voltas que nem vale a pena falar, o meu contrato de trabalho chegou ao fim e não foi renovado. O projeto em que estávamos todos, alguns há muitos anos, teve um fim (mais ou menos inesperado e abrupto). Não vos vou mentir, por muita dor de cabeça e de coração que aquela empresa me possa ter dado, custou assimilar que era o fim, não só para mim mas para todos os meus colegas. E claro, fora tudo isto, custou-me assimilar que ia ficar sem trabalho, sem dinheiro a entrar todos os meses. Estou novamente fora de pé, a passar pela procura de emprego, que como sabem, é uma fase que não aprecio. Não fui apanhada de surpresa. Fui avisada com bastante antecedência que esta ia ser a minha realidade e por isso mexi-me logo na tentativa de encontrar algo antes que ficasse sem nada. Não resultou. Vou tendo respostas, vou sendo chamada para entrevistas, mas ainda não houve nenhum resultado positivo. Tento pensar que isto era o que eu queria. Eu queria esta situação. Eu queria mudar de área, deixar o clipping. Foi por isso que fiz a pós-graduação, para sair disto. Acho que quando naquela tarde enviei a minha candidatura já sabia o desfecho que isto ia ter, e queria estar preparada e ter mais bagagem no currículo para poder enfrentar melhor esta fase. Não foi de todo a experiência de curso que achei que ia ter porque acabou por ser praticamente tudo feito online (dam you covid), mas foi tão enriquecedor como eu achei que ia ser. Ainda não abriu exatamente as portas que eu achei que ia abrir, mas hey, cada coisa a seu tempo. Nunca parei realmente de estar atenta ao mercado de trabalho e a novas oportunidades que pudessem surgir, mas posso dizer que estou ativamente à procura de emprego desde setembro do ano passado. É um processo que me drena toda a energia que tenho. É duro. Enviamos currículos que nunca têm resposta. Recebemos e-mails pomposos que se resumem num "não foi selecionada". Às vezes encontramos um ou outro recrutador mais simpático que nos dá umas palavrinhas, ainda que genéricas, de força e votos de sucesso. E claro, as entrevistas. Se tivermos sorte, contactam-nos para conversar, agora por videochamada ou por uma simples ligação telefónica. Não vos consigo descrever o total atrofio que são para mim as entrevistas por videochamada. Foi preciso habituar-me a estar confortável a falar com pessoas cara a cara para as coisas começarem a ser feitas por vídeo. E digo-vos, não gosto! A única coisa boa que consegui identificar nisto até agora é o facto de não termos de perder tempo nas deslocações. Acaba por ser tudo mais direto e rápido, mas isto não quer dizer que seja melhor. Até agora tive duas entrevistas por videochamada e posso dizer-vos que foi uma coisa bastante desconfortável. Fica sempre a dúvida se as pessoas nos estão a ouvir bem, se estão sem reação porque o que estamos a dizer não faz sentido ou se a imagem simplesmente congelou por falta de rede. Acaba por passar rápido e o stress daqueles minutos desaparece num instante, mas são pequenas tretas que temos de enfrentar no momento e tudo nos parece maior e mais assustador do que acaba por ser realmente. Tudo isto para dizer que ainda aqui estou. A minha perceção é que já ando nisto há imenso tempo, mas a realidade é que só estou parada há um mês e tenho de compreender que isto pode ser um caso para durar. Ainda que todos os dias sejam publicados novos anúncios de empresas que estão à procura de novos funcionários, muitos deles nada têm a ver com o que eu quero tentar a seguir. Porque sim, por enquanto ainda estou numa posição da minha vida em que me posso permitir escolher o que quero ou não aceitar. Idealmente nunca teríamos de aceitar propostas menos boas ou cargos com os quais não nos identificamos, mas também percebo que muitas vezes existem contas fixas para pagar e temos de aceitar o que nos dão. Felizmente posso considerar-me uma privilegiada no sentido em que tenho tempo e posso  dar-me ao luxo de escolher (agora só precisava que me escolhessem a mim de volta). O texto já vai longo e não tenho muito mais para vos dizer sobre isto, pelo menos por enquanto. Queria só deixar uma forcinha se também vocês estão a passar por esta fase de procura de emprego, não percam o ânimo e sejam persistentes no envio de candidaturas! E já agora, aproveito também para elogiar os serviços do IEFP online e da Segurança Social Direta, porque consegui tratar de tudo referente ao subsídio de desemprego sem sair da minha secretária. Nem imaginam a alegria que me dá saber que a cada ano que passa este tipo de serviços está mais simplificado e já não somos obrigados a esperar longas horas numa fila para tratar de coisas que podem ser feitas online ou por telefone (e aqui, obrigada covid que fizeste do teletrabalho e serviços online uma realidade melhor e mais presente em Portugal). Hoje ficamos por aqui. Um ótimo fim de semana para vocês e até já. ❤

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Felicidade nas pequenas coisas

O pôr do sol.

Um passeio à beira mar. 

Café acabado de tirar.

Um encontro com amigos.

Os almoços em família.

Adormecer ao som da chuva.

O sorriso de quem amamos.

Fins de tarde na praia.

Aquela música a tocar no rádio.

Conduzir à noite de janelas abertas.

O som do vento nas folhas.

As pipocas do cinema.

Um abraço apertado.

A casa limpa.

O cheiro da relva cortada e terra molhada.

As conversas pela noite dentro.

Os dias de sol.

As tardes de domingo no sofá.

O som das ondas.

O nosso nome dito por aquela pessoa especial.

O cheiro dos livros novos.

Um banho depois de um dia de praia.

As cores do céu num final de tarde de verão.

As primeiras chuvas numa manhã de inverno.

O que é que vos faz feliz? Hoje pensei nestas coisas que a mim me fazem ter vontade de continuar em frente. É um bom exercício para quando nos sentimos mais em baixo. São estas pequenas coisas que nos seguram e nos carregam pela vida fora. Abracem-nas! Sintam o mundo à vossa volta e apreciem o que a vida nos dá. A felicidade está nas pequenas coisas, só precisamos de querer ver! 

Até já ❤