domingo, 22 de setembro de 2013

A melhor semana da minha vida

Desculpem não ter dado notícias mais cedo, mas estive meio que falecida durante toda a semana. Faz amanhã uma semana que comecei a minha vida como estudante universitária (se bem que ainda não vi provas da palavra "estudante"). Escusado será dizer que tenho andado a falecer com a praxe! Dizem que em Lisboa a praxe nunca é nada de especial, mas na minha faculdade a praxe é levada a sério e eu estou morta porque passei a semana a levar com água, a fazer flexões, a gritar e a cantar, a correr de um lado para o outro e a servir os doutores e os mestres com grande devoção e amor ao curso. E não vamos esquecer o banho que levei na segunda-feira, sem água e com muita farinha, tinta em pó e uma bela mistela que aparentava um tom castanho e devia ter óleo e vinagre lá pelo meio. Foi muito engraçado vir para casa nos transportes nesse lindo estado (sim, façam o favor de imaginar como fiquei porque nem me dei ao trabalho de fotografar). Mas como não há nada que um bom banho não seja capaz de resolver, no dia seguinte estava pronta para outra igual, que felizmente não aconteceu! 
Ando a tentar socializar o melhor que posso sem tentar parecer esquisita. Admito que não meto conversa com as pessoas, mas tento participar nas conversas quando estas já estão a decorrer. Estou a ter sérias dificuldades em decorar o nome de toda gente e chego a estar a falar com alguém durante todo o dia quando me apercebo que não faço ideia de como essa pessoa se chama. Fui os dias todos, menos na quinta, estava seriamente a precisar de descansar. Ainda que tenha vindo cedo para casa na maioria das vezes, diverti-me! As pessoas parecem ser todas muito simpáticas, o que me assusta, visto que estou sempre à espera que seja tudo uma farsa e que sejam todos na verdade uns interesseiros que estão só a tentar "fazer amigos" para sobreviver aos próximos 3 anos. Decidi que não me vou preocupar com isso agora e que vou continuar com as expectativas baixas em relação a este assunto de forma a que os danos não me atinjam.
Outra coisa é o facto de eu estar uma pró a andar nos transportes públicos. Vejam bem que até já ganhei aquela magnifica capacidade de entrar no autocarro e adormecer logo. Sempre são mais 80 minutos de sono que tenho por dia (40 para cada lado). Custa-me ter de acordar às 6 da manhã e chegar a Lisboa ainda de noite, mas isso vai alterar-se em breve. Primeiro porque a hora vai mudar e segundo porque não vou ter de continuar a chegar à escola às 8 como nesta passada semana. Está claro que vou ter de me continuar a levantar cedo, mas com o hábito vai passar a custar menos. O pior de tudo é a minha má disposição matinal que me impede de comer um pequeno almoço decente ou que me impede de comer sequer. Juro que nunca vi caso de gente que ficasse tão mal como eu fico de manhã, é que até o raio da pasta de dentes me enjoa. Ando a tentar contrariar isto, mas não está fácil.
Acho que morri socialmente (a nível de redes sociais) esta semana. Foi-me quase impossível vir ao computador. A única coisa que me apetecia fazer era dormir e dormir e dormir... O pouco tempo que vim ao computador não consegui estar por aqui mais de 1h. Tive pena porque o computador tem sido um bom amigo e tem-me permitido manter o contacto com algumas pessoas de quem infelizmente não soube nada durante a semana que passou. 
Estou a habituar-me a esta nova fase da minha vida e estou confiante de que tudo vai correr bem! Vou ter saudades da praxe quando acabar, mas estou desejosa de poder vestir o traje e de ser a minha vez de fazer os caloiros sofrer, faz parte! Mas não digam a ninguém que eu disse isto, é que na sexta estava uma senhora bastante revoltada com este assunto no autocarro: "Gente tão evoluída com comportamentos da idade da pedra! Parece mentira". São estas coisas que nunca me deixam esquecer o quanto eu adoro andar de transportes públicos, porque há sempre alguém que é do contra e que está sempre revoltado. 

domingo, 8 de setembro de 2013

Da Universidade

Ontem foi, sem margem para dúvidas, uma noite de emoções. 

O dia passou da forma mais tranquila possível e quando alguém me perguntava se estava nervosa com a saída dos resultados, respondia simplesmente que não, e era verdade. No entanto, a aproximação da hora mais esperada do dia, começava a causar um certo formigueiro no estômago. A hora chegou e quando vi a folha dos resultados fiquei paralisada. "Colocada na 2ª opção" A minha reacção foi deixar de respirar e demorar uns 10 minutos a dizer alguma coisa a alguém. Finalmente consegui falar e contei ao meu irmão e à minha mãe, que se veio sentar ao pé de mim e enrosquei-me na cama a chorar. 


Não foi um chorar compulsivo nem nada disso, mas as lágrimas corriam pela minha face e estavam carregadas de medo. Sim, porque acho que mais do que triste, fiquei com medo. Medo porque achava que era demasiado longe, que ia ter de me levantar muitíssimo cedo e tantas outras coisas. Eventualmente percebi que nada daquilo valia a pena. Afinal de conta é uma boa universidade na mesma. E o curso é o mesmo, o que eu anseio por ir estudar: Ciências da Comunicação. Por isso estou bem! Percebi que não vale a pena lamentar-me por não ter conseguido o que desejava, mas isto é bom na mesma, melhor até. Pensei em candidatar-me à segunda fase, mas não sei se deva. As coisas estão bem assim e vou optar por este caminho. Sendo assim, aqui vou eu para o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Gostar de alguém

Gostar de alguém é:

um desafio
uma aventura
um exercício de paciência
sofrer
chorar de alegria
conversar durante horas
ter discussões parvas
nunca ficar irreversivelmente chateado
abdicar de algumas das nossas manias
falar abertamente
ser um bom ouvinte
saber aconselhar
fazer um esforço
dar o braço a torcer
pôr o egoísmo de parte
saber que não estás sozinho
rir até te doer a barriga
fantástico!

Gostar verdadeiramente de alguém é tudo isto e muito mais.
É uma viagem incrível e temos de dar provas em como somos merecedores do bilhete que nos foi dado!




domingo, 1 de setembro de 2013

Guerra antiga

Tenho andado a ler "Anjos e Demónios" do Dan Brown e ontem deparei-me com isto:

"Deus tornou-se obsoleto. A ciência venceu a batalha. (...) Mas a vitória da ciência (...) custou-nos a todos. E custou-nos caro. (...) A ciência pode ter aliviado as misérias da doença e do trabalho penoso e criado uma panóplia de artefactos para nosso entretenimento e conveniência, mas deixou-nos num mundo sem encanto. O pôr do Sol foi reduzido a comprimentos de onde e frequências. As complexidades do Universo foram dissecadas em equações matemáticas. Até o nosso valor como seres humanos foi destruído. A ciência proclama que o planeta Terra e os seus habitantes são apenas um ponto insignificante num grandioso esquema. Um acidente cósmico. (...) Até a tecnologia que promete unir-nos nos divide. Cada um de nós está agora electronicamente ligado ao mundo inteiro, e, no entanto, sentimo-nos irremediavelmente sozinhos. Somos bombardeados com violência, divisão, fractura e traição. O cepticismo tornou-se uma virtude. O cinismo e a exigência de prova tornaram-se pensamento esclarecido. Será de espantar que os seres humanos se sintam hoje mais deprimidos e derrotados do que em qualquer outro momento da sua história? Haverá algo, seja o que for, que a ciência considere sagrado? A ciência procura respostas investigando os nossos fetos ainda não nascidos. A ciência presume, até, rearranjar o nosso próprio ADN. Retalha o mundo de Deus em peças cada vez mais pequenas em busca de significados... e tudo o que encontra é mais perguntas. (...) A guerra antiga entre ciência e religião terminou."

Isto deixou-me a pensar nas consequências da evolução que a ciência atravessa a cada dia. A fé está a ser destruída porque as pessoas se sentem confusas e cada parte delas se sente como se estivesse a ser puxada para dois lados distintos que há muito que deviam ter sido capazes de coexistir. A evolução é necessária, claro, mas a que preço?