domingo, 15 de maio de 2011

Onde está ela?

Quero esquecer que existo, que existo no Mundo. Estou perdida.
Caminhava por aquela rua antiga, dando passinhos pequenos por entre as pedras da calçada, tão repletas de desenhos. A chuva ia caindo como queria, de gota em gota, e ninguém parecia querer saber. Só uma senhora vestida de tons cinzentos caminha mais depressa, fortemente agarrada ao seu guarda-chuva. Olhei-a apenas por um momento, depois segui… Sempre com pequenos passos por entre as pedras da calçada, lá ia eu, em busca de algo precioso que tinha esperança de encontrar ali, naquela tarde com chuva. E a rua estava agora sem ninguém, apenas eu. Estava com frio e andava agora desesperadamente, e sussurrava «Por favor, alguém sabe onde é que ela foi? Tenho de encontrá-la. Eu preciso.». Falava cada vez mais baixo, pois estava a ficar sem forças, precisava da minha coisa preciosa, e ela teimava em não aparecer. A esperança estava a diminuir, e eu cada vez mais fraca. Aceitando a derrota, deixei-me cair no chão molhado, desisti da luta e desmaiei.
Foi naquela tarde em que perdi a minha tão preciosa Imaginação.