domingo, 28 de fevereiro de 2021

Sobre conhecer pessoas novas

Não sentem que quando estão naquela fase inicial do que é conhecer alguém também acabam por se conhecer um pouco melhor a vocês mesmos? Agora, com a pandemia e todo o tempo que passamos longe uns dos outros, conhecer pessoas novas tornou-se um desafio. Ok, para mim já era um pouco desafiante porque como muitos de vocês provavelmente sabem ou já deduziram: eu não adoro pessoas! Quer dizer, eu adoro as minhas pessoas, pessoas fora desse círculo é mais difícil. Já não temos a dinâmica de conhecer pessoas no escritório porque não estamos no escritório, estamos em casa, possivelmente na mesa da sala com o portátil ligado remotamente ao nosso lugar na empresa. Também ficou difícil meter conversa com as pessoas nos transportes, porque (se tivermos essa sorte) nunca mais lá entrámos. E a menos que vocês sejam adeptos de fazer novos amigos no supermercado, não nos restam muitas mais opções sem recorrer ao mundo digital. Às vezes pergunto-me quanto tempo irá passar até que eu pare de me lembrar dos Digimon sempre que digo "mundo digital". Olá redes sociais e olá tentar conhecer as pessoas apenas por conversas que se iniciam com um pedido para seguir e uma resposta a um story do insta. Olá a todas a tentativas, umas mais originais que outras, que existem para meter conversa, e pior, fazer uma conversa durar. Não sou nenhuma visionária, mas deixo-vos uma dica: façam perguntas e respondam a perguntas! Perguntas dão origem a respostas, que dão origem a mais conversa. Aproveito para vos dizer já que se esta tática não está a resultar para vocês, então é provável que a pessoa com quem estão a tentar alimentar uma conversa não quer realmente falar com vocês. E aqui acho que podemos introduzir uma questão que pensei no outro dia: será esta conversa apenas e só alimentada pelo facto dos contactos estarem reduzidos e dos introvertidos estarem todos lonely? É possível malta, é muito possível. Por isso o mesmo conselho de sempre volta a ser aplicável aqui: aproveitar, mas com juízo, cautela e noção de que isto pode ser apenas um passar de tempo (tanto na vossa cabeça, como na cabeça da outra pessoa) e muito provavelmente vai acabar quando existir uma nova distração. Acho que estamos todos demasiado carentes de afetos para poder dizer com certeza que estas aproximações não são apenas um ato de desespero e nós calhamos a ser quem estava mais perto. Mas não se foquem nisto, não vale a pena deprimir já, aproveitem a viagem. Onde eu queria chegar com esta longa dissertação é que neste processo de conhecer pessoas novas acho que acabo sempre por me conhecer um pouco melhor a mim também. É ao responder a perguntas de pessoas "de fora" que vou descobrindo aspetos sobre mim que se calhar nunca tinha pensado. Acabamos por explorar um pouco quem somos ao mesmo tempo que estamos a conhecer a outra pessoa. Por isso malta, vamos arriscar mais e não ter medo de falar com pessoas. Estou a escrever isto como um incentivo para mim própria que sempre que posso evito o contacto com novos humanos fora do meu círculo habitual. Mas, por muito que me custe, conhecer pessoas é uma coisa boa! Não estou aqui a dizer que têm de ficar amigos com todas as pessoas que conhecerem, provavelmente não vai acontecer e se calhar muitas vão acabar por vos desiludir, mas arrisquem! Falem com pessoas. Explorem círculos diferentes dos vossos. Só assim podemos crescer em comunidade e alargar os nossos horizontes e pontos de vista. É muito comum só nos darmos com pessoas que pensam igual a nós e é importante quebrar um pouco isto para que sejamos capazes de ver o mundo de uma maneira mais real. Obrigada por lerem. Beijinhos e até já. ❤

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Procurar emprego durante a pandemia

Estou desempregada. Depois de muitas voltas que nem vale a pena falar, o meu contrato de trabalho chegou ao fim e não foi renovado. O projeto em que estávamos todos, alguns há muitos anos, teve um fim (mais ou menos inesperado e abrupto). Não vos vou mentir, por muita dor de cabeça e de coração que aquela empresa me possa ter dado, custou assimilar que era o fim, não só para mim mas para todos os meus colegas. E claro, fora tudo isto, custou-me assimilar que ia ficar sem trabalho, sem dinheiro a entrar todos os meses. Estou novamente fora de pé, a passar pela procura de emprego, que como sabem, é uma fase que não aprecio. Não fui apanhada de surpresa. Fui avisada com bastante antecedência que esta ia ser a minha realidade e por isso mexi-me logo na tentativa de encontrar algo antes que ficasse sem nada. Não resultou. Vou tendo respostas, vou sendo chamada para entrevistas, mas ainda não houve nenhum resultado positivo. Tento pensar que isto era o que eu queria. Eu queria esta situação. Eu queria mudar de área, deixar o clipping. Foi por isso que fiz a pós-graduação, para sair disto. Acho que quando naquela tarde enviei a minha candidatura já sabia o desfecho que isto ia ter, e queria estar preparada e ter mais bagagem no currículo para poder enfrentar melhor esta fase. Não foi de todo a experiência de curso que achei que ia ter porque acabou por ser praticamente tudo feito online (dam you covid), mas foi tão enriquecedor como eu achei que ia ser. Ainda não abriu exatamente as portas que eu achei que ia abrir, mas hey, cada coisa a seu tempo. Nunca parei realmente de estar atenta ao mercado de trabalho e a novas oportunidades que pudessem surgir, mas posso dizer que estou ativamente à procura de emprego desde setembro do ano passado. É um processo que me drena toda a energia que tenho. É duro. Enviamos currículos que nunca têm resposta. Recebemos e-mails pomposos que se resumem num "não foi selecionada". Às vezes encontramos um ou outro recrutador mais simpático que nos dá umas palavrinhas, ainda que genéricas, de força e votos de sucesso. E claro, as entrevistas. Se tivermos sorte, contactam-nos para conversar, agora por videochamada ou por uma simples ligação telefónica. Não vos consigo descrever o total atrofio que são para mim as entrevistas por videochamada. Foi preciso habituar-me a estar confortável a falar com pessoas cara a cara para as coisas começarem a ser feitas por vídeo. E digo-vos, não gosto! A única coisa boa que consegui identificar nisto até agora é o facto de não termos de perder tempo nas deslocações. Acaba por ser tudo mais direto e rápido, mas isto não quer dizer que seja melhor. Até agora tive duas entrevistas por videochamada e posso dizer-vos que foi uma coisa bastante desconfortável. Fica sempre a dúvida se as pessoas nos estão a ouvir bem, se estão sem reação porque o que estamos a dizer não faz sentido ou se a imagem simplesmente congelou por falta de rede. Acaba por passar rápido e o stress daqueles minutos desaparece num instante, mas são pequenas tretas que temos de enfrentar no momento e tudo nos parece maior e mais assustador do que acaba por ser realmente. Tudo isto para dizer que ainda aqui estou. A minha perceção é que já ando nisto há imenso tempo, mas a realidade é que só estou parada há um mês e tenho de compreender que isto pode ser um caso para durar. Ainda que todos os dias sejam publicados novos anúncios de empresas que estão à procura de novos funcionários, muitos deles nada têm a ver com o que eu quero tentar a seguir. Porque sim, por enquanto ainda estou numa posição da minha vida em que me posso permitir escolher o que quero ou não aceitar. Idealmente nunca teríamos de aceitar propostas menos boas ou cargos com os quais não nos identificamos, mas também percebo que muitas vezes existem contas fixas para pagar e temos de aceitar o que nos dão. Felizmente posso considerar-me uma privilegiada no sentido em que tenho tempo e posso  dar-me ao luxo de escolher (agora só precisava que me escolhessem a mim de volta). O texto já vai longo e não tenho muito mais para vos dizer sobre isto, pelo menos por enquanto. Queria só deixar uma forcinha se também vocês estão a passar por esta fase de procura de emprego, não percam o ânimo e sejam persistentes no envio de candidaturas! E já agora, aproveito também para elogiar os serviços do IEFP online e da Segurança Social Direta, porque consegui tratar de tudo referente ao subsídio de desemprego sem sair da minha secretária. Nem imaginam a alegria que me dá saber que a cada ano que passa este tipo de serviços está mais simplificado e já não somos obrigados a esperar longas horas numa fila para tratar de coisas que podem ser feitas online ou por telefone (e aqui, obrigada covid que fizeste do teletrabalho e serviços online uma realidade melhor e mais presente em Portugal). Hoje ficamos por aqui. Um ótimo fim de semana para vocês e até já. ❤

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Felicidade nas pequenas coisas

O pôr do sol.

Um passeio à beira mar. 

Café acabado de tirar.

Um encontro com amigos.

Os almoços em família.

Adormecer ao som da chuva.

O sorriso de quem amamos.

Fins de tarde na praia.

Aquela música a tocar no rádio.

Conduzir à noite de janelas abertas.

O som do vento nas folhas.

As pipocas do cinema.

Um abraço apertado.

A casa limpa.

O cheiro da relva cortada e terra molhada.

As conversas pela noite dentro.

Os dias de sol.

As tardes de domingo no sofá.

O som das ondas.

O nosso nome dito por aquela pessoa especial.

O cheiro dos livros novos.

Um banho depois de um dia de praia.

As cores do céu num final de tarde de verão.

As primeiras chuvas numa manhã de inverno.

O que é que vos faz feliz? Hoje pensei nestas coisas que a mim me fazem ter vontade de continuar em frente. É um bom exercício para quando nos sentimos mais em baixo. São estas pequenas coisas que nos seguram e nos carregam pela vida fora. Abracem-nas! Sintam o mundo à vossa volta e apreciem o que a vida nos dá. A felicidade está nas pequenas coisas, só precisamos de querer ver! 

Até já ❤

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Sobre ter criado um negócio

 Esta é a história de como, praticamente sem querer, montei um pequeno negócio (enfase na palavra "pequeno"). Foi há coisa de três meses que esta pequena aventura e desafio próprio começaram. Estava como em tantos outro dias a fazer o belo do scroll pelo feed do Instagram quando me deparei com um daqueles posts patrocinados. Na maior parte das vezes a minha cabeça já filtra sozinha estas coisas e ignora a publicidade, mas este anúncio estava muito querido e conseguiu captar a minha atenção pelas cores. Era um anúncio de uma página, que entre outras coisas, faz brincos em FIMO. E eu, tendo gostado de um dos modelos de brincos que lá estavam, carreguei no anúncio e fui até à página. Achei o preço um bocadinho puxado honestamente, e por isso acabei por não encomendar, mas aquilo ficou-me na cabeça e voltou a aparecer mais tarde no meu feed. Voltei a olhar para aquilo e lembro-me de pensar "eu consigo fazer isto!". E entre este pensamento, comprar materiais e fazer os ditos brincos (ou pelo menos a minha versão deles), acho que demorou uns três dias, no máximo! Porque malta, eu posso ser a mestre da preguiça, mas se quero alguma coisa, eu quero para ontem, e não descanso enquanto não trato de fazer acontecer. Depois disto foi uma evolução bastante natural, ainda que super rápida. Basicamente tinha os materiais em casa e estava a divertir-me a experimentar novos modelos de brincos, e eu nem adoro estar sempre a trocar de brincos, uso os mesmos durante séculos, por isso nem sou boa cliente para o meu negócio. Já com mega pânico em ficar com uma data de brincos perdidos dentro de uma caixa criei uma página no Instagram para os tentar vender. E pronto. Depois foi criar o logo, mandar imprimir uns cartões para colocar os brincos todos direitinhos prontos a enviar e tirar as fotos para publicar na página. O meu objetivo não é propriamente fazer disto vida, mas sim conseguir manter um passatempo que me dá algum retorno. É claro que gostava imenso de ter um fluxo de encomendas maior que uma por semana, que é mais ou menos o que vou tendo por enquanto, mas para uma coisa criada assim um bocadinho ao calhas acho que está ótimo. 

A página chama-se Madalena Handmade e podem visitá-la aqui! Entretanto já criei também uma loja no Etsy a ver se consigo expandir um bocadinho. Podem fazer as encomendas através da página do Instagram ou loja. Tenho lá imensos modelos de brincos, ganchos de cabelo e até alguns porta-chaves. E estou sempre a inventar coisas novas. Além disso, podem enviar-me as vossas ideias para eu criar peças únicas para vocês. É tudo feito à mão com muito amor, clichê, mas completamente verdade! As peças de artesanato são sempre especiais e são uma ótima forma de presentear quem vocês mais gostam (ou até vocês próprios) e ao mesmo tempo apoiar os pequenos negócios. 

Deixo-vos algumas fotos e os links tanto para a página como para a loja. 

Espero que gostem e que partilhem! 









Instagram aqui!

Etsy Shop aqui!

P.S. - Que isto vos sirva de inspiração e força para criar algo que vos dê prazer e vos faça felizes. Não tenham medo de falhar. 

Beijinhos, e até já ❤

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Procurar ajuda profissional

 Há uns meses, olhei para a minha vida e decidi que estava na altura de procurar ajuda. Antes de voltar a desaparecer por aqui, falei-vos de como me sentia mais ansiosa e que não compreendia muito bem certas "explosões" que tinha. Acontece que as situações em que tinha o pavio demasiado curto começaram a ser cada vez mais recorrentes e eu já não me estava a reconhecer. Além de magoar as pessoas mais próximas de mim, que eram quem acaba sempre por levar com estes ataques, estava a começar a ter pânico de mim mesma. Nunca gostei de perder o controlo da situação e, emocionalmente, era o que me estava a acontecer. Os altos e baixos da vida transformaram-se apenas em baixos, em dias que não queria sequer viver porque simplesmente não encontrava razão para tal. Não me perguntem como é que cheguei até este ponto, porque eu não vos sei dizer. Sei apenas que tive a sorte de conseguir ter força para procurar ajuda. Começar a fazer terapia, por qualquer que seja a razão, é sempre visto como uma coisa meio estranha. Acho que temos medo que as pessoas nos julguem, que não compreendam a nossa escolha. Para mim o mais estranho acho que foi a reação de quem só me via bem. Acho que essas pessoas não esperavam que eu fosse recorrer a um psicólogo que me ajudasse a arrumar as ideias, porque como vocês sabem, eu sempre me considerei muito boa a esconder o que de mau se passa na minha vida. Estou nisto há algum tempo, e só consigo ver melhorias. Quando comecei as consultas estava num estado em que tinha medo de mim própria, e agora posso dizer que já não tenho medo e estou muito mais confiante de mim e das minhas capacidades. Recomendo a toda gente, principalmente a todos os que já se questionaram se precisam realmente de ajuda. Não há vergonha nenhuma em procurar ajuda, seja de um psicólogo, de uma nutricionista ou de outro profissional qualquer. Muitas vezes não conseguimos dar conta de tudo o que se passa na nossa vida e precisamos de alguém que nos guie e ajude a encontrar mecanismos para viver melhor. Isto é um processo e não podemos esperar ficar bem da noite para o dia. O que tenho vindo a aprender nestas consultas são coisas que vou aplicar ao longo de toda a minha vida e ainda bem. Depois de praticamente sete meses, a única coisa de que me arrependo é não ter começado mais cedo. Não precisamos de estar num estado terrível para procurar alguém que nos ajude. Idealmente, trabalhamos nestas questões antes, para que o terrível nunca chegue. Por medo, ou falta de fundos ou o que seja, temos tendência a adiar estas coisas. Porque a realidade é que fazer terapia é complicado. Vocês vão descobrir coisas sobre vocês que achavam que estavam resolvidas e afinal ainda vos afetam. Vão haver dias que a consulta se calhar são apenas 50 minutos de choro sem conseguir dizer uma única palavra. Ainda assim acreditem quando vos digo que vai melhorar a vossa vida. Mesmo que achem que é uma perda de dinheiro, que o psicólogo só vos diz coisas óbvias e frases feitas, arrisquem e marquem uma consulta. Encontrem um bom profissional. Se não gostarem da pessoa, procurem outra. Não esperem que as consultas sejam o sítio mais confortável do mundo, mas também não se vejam obrigados a estarem a ser seguidos por alguém com quem não se identificam minimamente. Pode ser um match difícil de encontrar, mas se acham que precisam dessa ajuda extra, não desistam. Eu só tenho coisas boas a dizer sobre isto. Os meus ataques de pânico pararam e adquiri mecanismos para me ajudar a ultrapassar os dias mais complicados. Percebam que isto não é um gasto, mas sim um investimento na vossa saúde. Afinal de contas, se a cabeça não estiver bem, nada vai estar, não é? Tenham a força e a coragem para procurar a ajuda que precisam. E, por favor, lembrem-se de ser compreensivos com as pessoas à vossa volta. Nunca sabemos o que se passa na vida do outro. Sejam conscientes ao ponto de pensar que nem toda gente vai saber lidar com as questões mais complicadas da vida tão bem como vocês. Be kind. Beijinhos e coragem ❤

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Eu não quero um príncipe encantado

E quando os nossos amigos que estão em relações há séculos se chegam ao pé de nós e nos dizem que um dia também vamos encontrar alguém, não os odeiam? Vá, calma. Não é que os odeie odeie, é só que naquele momento tenho vontade de lhes apertar o pescoço, mas não aperto, por isso está tudo certo. Sempre achei mais válido solteiros que aconselham gente comprometida nos assuntos do coração do que o contrário (e não é por estar sempre do lado dos solteiros não pensem). A questão aqui é que é muito fácil dizer às pessoas que se sentem sozinhas que um dia o seu grande amor vai aparecer, que vai ser tudo o que esperavam e que vai ser o príncipe encantado. Primeiro malta, não mintam! Segundo, esse dia e essa pessoa podem nunca chegar e é ok. E terceiro, eu não quero um príncipe encantado. Pois, eu sei, é difícil não querer um príncipe quando tudo o que a indústria cinematográfica (cof cof Disney cof cof) nos ensinou é que há um para cada uma de nós mas, choquem-se, as coisas não são bem assim. Pode ser que até haja um príncipe, ou vários, mas não acham que isso acaba por ser uma pressão imensa que estamos a pôr sobre os homens? Eles se calhar não querem ser príncipes, querem só ser gajos normais, o que já é um patamar bastante bom sendo que nós também só queremos ser mulheres normais. Quem nunca deixou passar uma oportunidade fixe por ser demasiado picuinhas com o que procura num rapaz que atire a primeira pedra. Ninguém precisa de um príncipe, e também ninguém tem de ser um, porque eu também não quero ter de ser um princesa a tempo inteiro. Compreendem? Acho que à medida que vamos crescendo, em idade e em cabeça, vamos percebendo que os príncipes realmente não existem e não faz mal! Encontrem alguém que vos "encha as medidas". Já pensaram na complicação que é conseguir encontrar alguém que queira o mesmo que vocês ao mesmo tempo que vocês? Pois é malta. Não tentem complicar ainda mais com expetativas irrealistas do que uma relação deveria ser. Não quero com isto dizer que tenham de abdicar das coisas que para vocês são importantes numa pessoa, mas sejam realistas e não esperem contos de fadas, porque não os vão encontrar. Desejo-vos o que também quero para mim: uma relação saudável com alguém que me compreenda, me respeite e me acrescente. Tenham cuidado e não entreguem o vosso coração a qualquer um que apareça, mas ao mesmo tempo não tenham medo de amar e de se deixarem ser amados. É verdade que o amor nos encontra quando menos esperamos, mas também é verdade que não podemos ficar à espera que ele nos bata à porta. Saiam de casa (agora com cautela por causa do vírus), vivam a vossa vida, cuidem de vocês. O que procuram vai chegar quando menos esperarem e se for para dar certo, vai dar certo! ❤

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Sobre ser melhor que ontem

Ontem disseram-me uma coisa que me ficou: "importante é o agora e o amanhã". Parece básico não é? Mas às vezes precisamos de alguém que nos diga coisas básicas, porque nem sempre conseguimos chegar até elas sozinhos. Eu sou uma pessoa super agarrada ao passado. Reviver memórias e reler históricos de conversas são provavelmente o meu passatempo favorito. Só que a verdade é que ficar agarrados ao que já passou não nos acrescenta. A vida anda é para a frente e nós temos de seguir em frente com ela. Honestamente, acho que por mais tempo que passe não vou deixar de ser agarrada ao passado. Gosto sempre de ter presente tudo o que já me aconteceu, desde as coisas boas até às menos boas (e às muito más também). São estas coisas do passado que nos constroem, que nos moldam e nos fazem a pessoa que somos hoje. O objetivo aqui é conseguir um equilíbrio saudável que nos permita seguir em frente ao mesmo tempo que recordamos o passado com leveza. Cada dia é uma nova oportunidade para sermos melhores que ontem, e esta é uma oportunidade que não devemos deixar escapar. A verdade é que por mais pequenos que sejam os passos que vamos dando a cada dia, daqui a um ano ou uns meses, podem ter impacto super importante no nosso caminho. Porque é mesmo verdade malta: o caminho faz-se caminhando! Não sejam como eu, que tenho dias em que fico parada porque quero tudo com resultados para ontem! Coisas boas levam tempo. E nós estamos sempre a tempo de mudar de rumo se acharmos que não estamos no caminho certo. Seja amanhã, ou depois, ou daqui a uma data de anos, melhor ou pior, nós havemos de chegar ao que queremos. São coisas pequenas, mas eu nunca me imaginei a fazer exercício regularmente há quase um ano por exemplo. Se há algo que vos incomoda ou que querem melhorar, hoje é o dia para começar a trabalhar para mudar isso. Não esperem resultados imediatos, não se deixem desmotivar. Escrevam num papel, nas notas do telefone, onde quiserem, mas escrevam aquilo que querem. Idealizem, façam planos, e façam por todos os dias dar um passo que vos aproxime dessa meta. Se tudo isto for demasiado, se em algum momento se sentirem assoberbados com tanta coisa na vossa vida, concentrem-se nas pequenas coisas. Ao longo dos últimos meses tenho aprendido a ser mais paciente comigo e a aceitar que às vezes a única coisa que consigo fazer num dia é sair da cama, cumprir as necessidades básicas e voltar para a cama, e é ok. Cada um de nós tem o seu tempo e não podemos forçar as coisas a ir a um ritmo que não conseguimos controlar. Comecem nas pequenas coisas, mas comecem! A vida não se constrói num dia. Sejam a vossa própria força, não desistam de vocês mesmos e nunca se esqueçam porque é que começaram. Espero que este texto vos encontre bem e vos dê uma forcinha para construir a vida que desejam. Beijinhos ❤