domingo, 8 de agosto de 2010

Noite Passada

Levemente, o vento bate nas cortinas, provocando uma ligeira agitação. Ela ainda dorme, calmamente deitada no colchão que tinha sido colocado na sala, junto à janela. Lá fora, o dia já começou, e já se ouvem todos os barulhos dos carros, do vento e dos pássaros. Alguém mergulhou na piscina, provocando um barulho ensurdecedor que a faz acordar. Ela levanta-se sem grande pressa e vai em direcção à casa de banho. Depois de um curto e refrescante duche, ela pode finalmente pensar no que se passou na noite anterior. Vai até à varanda e senta-se no chão, encostada à parede com as pernas flectidas. O vento ficou mais forte e os pequenos pedaços de memória começam a surgir… Recorda um bar, o bar onde iam todas as sextas, ela e o resto do grupo. Ultimamente não iam lá, pois o grupo já não era tão unido. No entanto, ele tinha-lhe pedido para se encontrarem lá, só os dois. Lembra-se de gritar com ele «Esquece ok?! Vou-me embora.». Depois disso, só a imagem de um carro a ir contra ela. Levanta-se num sobressalto. Pega no telemóvel, «Uma mensagem recebida», abre e lê… «Lamento tudo o que aconteceu entre nós, e lamento não ter ficado aí contigo. Liga-me só para saber se estás bem… Ainda te Amo.» Ficou imóvel durante um tempo. «Não lhe vou ligar, mas devia. Devia dizer-lhe o que nunca mais tive coragem para dizer a ninguém…» pensou. Passou o dia a rejeitar as chamadas dele, pois sabia que se atendesse só ia conseguir dizer coisas que iam mudar tudo. Não podiam ficar juntos. E as palavras «Também te Amo» ficaram para sempre guardadas no seu pensamento.

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