segunda-feira, 7 de outubro de 2013

1001 Desculpas

Estaria a mentir se vos dissesse que não me obriguei a escrever este texto. Chega de estar feita parva a andar de um lado para o outro apenas a fazer o que parece ser estritamente necessário para a minha sobrevivência. Passei as últimas duas/três semanas a ir às aulas e a dormir, mas chega. Sim a minha vida deu uma volta enorme, mas isso não justifica o meu comportamento nos últimos tempos. Reconheço que tenho andado distante e parece que não consigo fazer nada para evitar isso. Admito que estou a deixar o blogue morrer, mesmo que não seja essa a minha intenção. Não tenho desculpa, nenhuma mesmo. Tenho tanto para contar e tão pouca vontade de o fazer. Começo a achar que a minha vida agora se vai tornar naquela vida monótona de “gente crescida” e não quero. A monotonia dos transportes públicos, das idas às aulas, até mesmo das conversas nos intervalos. É claro que percebo a origem das conversas. Todas partem do mesmo porque não nos conhecemos bem e não temos confiança uns com os outros. Até mesmo esta desculpa está a começar a falhar. Não posso continuar a acreditar nisto por muito mais tempo, eventualmente vamos conhecer-nos melhor e não posso continuar a dizer que conversamos pouco uns com os outros porque não sabemos nada uns dos outros. Enfim, o pior tem sido andar off com o resto do mundo, com os meus amigos. Tenho realmente muito medo de me estar a tornar numa pessoa solitária que não precisa da companhia dos outros para viver. E isto é mentira, eu preciso da companhia dos outros. Adoro estar sozinha é claro, mas preciso dos meus amigos mais do que tudo e acho que ultimamente isso me anda a passar ao lado. Quase não vejo ninguém agora que a minha rotina semanal começa às 6h da manhã, mas isso não é desculpa para não telefonar, mandar mensagens ou emails e continuar a manter o contacto com as pessoas que me são tão queridas. Sim, eu ando a ser desleixada com os meus amigos. Não telefono, não mando mensagens, nada de nada. Juro que não estou a fazer isto de propósito, longe de mim tentar afastá-los, mas acho que é o que estou a fazer. Continuo a inventar desculpas a dizer que agora ando ocupada ou que estou cansada ou que tenho de fazer isto e aquilo. A verdade é que eles também estão cansados e ocupados! Vistas bem as coisas, eu não fui a única a ir para a universidade. Não estou a ser a única a ter de se adaptar a uma vida nova e diferente de tudo o que já tinha vivido. Custa, eu sei que sim. No entanto, continuo a esquecer-me deles constantemente. Não posso continuar a inventar todo o tipo de desculpas que me fazem pensar que não faz mal não falar com eles. Eles não vão ficar sentados à espera que eu me decida e volte ao normal. Eventualmente cada um vai seguir com a sua vida e eu vou ficar para trás porque fui parva e estava a atirar areia para os meus próprios olhos. Eu preciso de me manter em contacto com eles. Tenho de me manter em contacto com eles. Existe um grupo de pessoas que eu não quero perder, porque cada uma dessas pessoas conseguiu criar uma parte do que sou hoje. Não me posso desleixar. Mesmo que ao final de um dia esteja cansada e que só consiga imaginar como seria bom deitar-me na minha caminha, não posso deixar de lhes mandar um “olá, como estás?” porque são estas pequenas coisas que não deixam uma amizade morrer. Não posso esperar que sejam eles a vir ter comigo porque uma amizade exige esforço e dedicação. Tenho seriamente de me pôr ao caminho porque a viagem começou sem mim. Portanto, chega de desculpas! 

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